September 30, 2014

Mais um obstáculo ‘GRATUITO’



Os sanitários são a derradeira barreira/obstáculo para que todos possam ter uma vida mais livre. Agora que alguns espaços públicos e privados começam finalmente a ter casas de banho adaptadas para Pessoas com Mobilidade Reduzida, somos confrontados com a enorme complexidade dos equipamentos instalados.





O ‘Povo’, que é sábio, costuma dizer: 
"A esmola, quando é grande, o santo desconfia".

Os sanitários que têm vindo a ser instalados são de facto inapropriados, muitos deles inacessíveis para uma grande parte dos cidadãos que deles necessitam. A falta de um WC com condições é o maior motivo para que muitos deficientes motores tenham dificuldade em sair de casa, sem preocupações. Em minha opinião, é mais simples pedir ajuda para subir uns quantos degraus, é mais simples percorrer um passeio em calçada ou uma rua empedrada de uma cidade, do que estar num local com todas as condições mas sem um WC adequado.

Estes sanitários são um mistério


Acredito que só alguém com uma imaginação muito rica foi capaz de os conceber e foi capaz de os vender como sendo os sanitários mais acessíveis do universo. Deve haver razões que a própria razão desconhece...

Percebi que persiste a confusão entre pessoas com deficiência e doentes internados. Em muitos casos, num ambiente hospitalar, o paciente necessita de ajuda de um profissional para o assistir na sua higiene pessoal. A exploração inapropriada desta situação, tem sido o rastilho para que o design destes sanitários esteja a ser transposto para o espaço público. Assim foi passada a falsa impressão que estes sanitários estão adaptados de forma correta e, como muitos certamente já observaram, acabam por ser instalados nos centros comerciais, hotéis, aeroportos, restaurantes, enfim, em todo o lado, inviabilizando o seu uso pela maioria da população deficiente motora. É como se não existisse WC.

Mas há uma outra explicação, 

a CONVENIÊNCIA COMERCIAL... €€€€ !?




A situação é preocupante e deve ser denunciada. Este tipo de equipamento, considerado específico e altamente acessível, tem um custo muito superior e o gestor público está a ser induzido em erro, bem como a maioria dos consumidores, sejam estes organizações privadas ou simplesmente pessoas individuais. É muito mais conveniente comercialmente vender este tipo de equipamentos porque custam 3 a 5 vezes mais do que um sanitário normal (depende dos casos). Negócio 'puro e duro'.

Muito provavelmente, quando se perceber que este produto não atende aos requisitos de acessibilidade, vai haver a necessidade de os substituir, gerando um custo acrescido gratuito..No Brasil já foi proibido.

A consequência gerada pela instalação destes sanitários, com ABERTURA FRONTAL e a 45cm do chão, tem dado origem a muitas reclamações. Os mais queixosos são naturalmente os cidadãos deficientes motores (na maioria paraplégicos) e as pessoas mais idosas. A abertura frontal, a altura do sanitário, o desconforto originado pelo facto de a urina escorrer para o chão, deixando-o sujo e escorregadio, associada às questões de segurança, são os fatores mais críticos e que deviam ser evitados. Quem tem alguma deficiência vertebro-medular ou nos membros inferiores não consegue utilizar este tipo de acento já que o mesmo não permite o apoio total das pernas, causando acidentes e torções.

Mesmo sem buraco mas com as barras e o sanitário a esta altura, como é que um deficiente em Cadeira de Rodas ultrapassa este obstáculo suspenso?

Levantando-se!!



As entidades públicas de fiscalização deviam intervir no sentido de garantir que a acessibilidade corresponda ao que estabelece a legislação. O Decreto-Lei n.º 163/2006, de 28 de Agosto, não impõe esta obrigação.




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September 26, 2014

Perdidos e Achados

Há tanta gente... é ir por aí acima! 
Muitos SEM-ABRIGO estão escondidos nas ruas e nas estatísticas.



Uma imagem vale mais do que mil palavras mas um vídeo bem estruturado, com uma mensagem clara, pode valer mais do que mil imagens… Os vídeos que se seguem evidenciam que os sem-abrigo continuariam a ser "INVISÍVEIS" e que a indiferença prevalece, seja qual for a situação.






Três estudantes alemães surpreendem um SEM-ABRIGO…





Será que os SEM-ABRIGO continuariam a ser INVISÍVEIS se fossem nossos familiares? Será que os filhos, os irmãos, os tios... os reconheceriam?
A New York City Rescue Mission fez uma campanha de sensibilização sensacional.







Um, dois, três, dez, 20, 30, 60... caminhe-se algumas horas numa noite fria em Lisboa ou em muitas outras cidades do nosso país e percebe-se que a realidade é semelhante.

Homens, solteiros e sem rendimentos, a viver nas ruas de Lisboa… Estas pessoas "não estão zangadas com o mundo, só estão à espera que se abra uma janela"




Utópico ou talvez não!


Temos que conseguir ajudar todos aqueles que querem ser ajudados




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September 22, 2014

1248 Km, olhar com atenção e tirar notas…


BARCELONA: Desde 1992, ano em que se realizou os Jogos Paraolímpicos em Barcelona, que os responsáveis pela cidade decidiram promover a acessibilidade para todos.  

Uma Cidade Acessível garante a todos os cidadãos as mesmas oportunidades de participação no seu quotidiano e de usufruto dos seus espaços, bens e serviços. A acessibilidade é um atributo do meio que, de uma forma direta, imediata e permanente, permite a qualquer pessoa, independentemente das suas capacidades físicas, sensoriais ou cognitivas, circular, orientar, participar e comunicar da forma mais autónoma possível. Nessa medida, a ACESSIBILIDADE é uma condição para o pleno exercício de direitos de cidadania, consagrados, no caso português, na Constituição Portuguesa, como o acesso à Educação, à Saúde, ao Trabalho, ao Lazer e à Cultura. 





Barcelona ao longo dos últimos anos tem trabalhado para ser acessível a pessoas com mobilidade reduzida, com um principal objetivo: conseguir uma cidade unida, que promove a qualidade de vida e respeito pela diversidade. São evidentes a eliminação de depressões ao nível das ruas, os cruzamentos sonoros, as ruas pedonais, os passeios planos, os transportes com condições para todos, etc.

Certamente que não se têm ficado apenas pela elaboração de planos e mais planos como em Portugal, uma vez que a cidade é de facto um exemplo de boas práticas no que respeita à acessibilidade. 


PARA ALÉM DE PLANEAR, IMPORTA EXECUTAR



O enfoque foi o de considerar a acessibilidade como uma componente integrante de todos os projetos e não como um "extra" à solução projetada. Os arquitetos são mesmo arquitetos à séria… modelam o espaço para que este se torne acessível a todos, ao mesmo tempo que o torna confortável e seguro.




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September 17, 2014

Série - O Plano - T1 EP8 – A Ribeira dos Calhaus


UMA SÉRIE EM EXIBIÇÃO NO MINUTO ACESSÍVEL


Este último episódio da Temporada 1 da Série O PLANO, aborda a primeira grande obra realizada em Lisboa enquanto se discutia e aprovava o PLANO DE ACESSIBILIDADE PEDONAL DE LISBOA. O enredo gira em volta de um grupo de arquitetos, liderados pelo ‘Homem das Pedras’, que tentam valorizar um espaço urbano através do uso consistente do calhau.


Recorrendo ao passado e motivados pela velha Ribeira das Naus, um dos espaços com maior carga Histórica de Lisboa, cujo estado de conservação era, no mínimo, pouco dignificante, os arquitetos meteram mãos à obra com o intuito de desenvolver um projeto para requalificar toda aquela zona da cidade. Sustentados por um financiamento estimado em cerca 20 Milhões de Euro, numa altura em que a crise continua a desequilibrar a vida de tantos portugueses, à partida, o filme podia ser uma esperança para melhorar significativamente a vida dos Munícipes pelo que tinha tudo para ser um êxito. 

Muitos de nós tínhamos a convicção que o resultado iria valer a pena e que a requalificação, em linha com o proposto no Plano Pedonal para Lisboa, iria possibilitar criar um novo espaço que pudesse ser utilizado por TODOS.

Dizendo-se “orgulhoso” do resultado final, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, destacou a qualidade do projeto, da autoria dos arquitetos paisagistas João Nunes e João Gomes da Silva, dizendo que “não é preciso ser-se bruxo para adivinhar que esta intervenção será muito premiada”.


O presidente do município, António Costa, foi igualmente elogioso, afirmando que há um prémio com o qual os autores deste “notável projeto” podem desde já contar. Certamente, cada uma dos arquitetos envolvidos irá receber ‘uma pedreira’, para que em futuras obras possam usar os seus próprios calhaus…


Recentemente, Blackpool, uma cidade muito popular entre os Britânicos, também sofreu uma profunda transformação da sua frente ribeirinha. O objetivo foi proteger a sua zona costeira e ao mesmo tempo criar espaços de lazer ACESSÍVEIS A TODOS. Foi refeita a escadaria até ao plano de água, muito parecido com a nova Ribeira das Naus, e colocada uma estrutura recuada para encorajar as pessoas a permanecer até a noite, para benefício dos restaurantes, cafés e atividades culturais. A diferença é que neste filme Inglês, a solução encontrada foi INCLUSIVA, foi mesmo para USUFRUTO DE TODOS.


De facto, com a nova Ribeira das Naus, LISBOA REENCONTROU A SUA HISTÓRIA E O TEJO… e, naturalmente, os pisos de então, preparados essencialmente para CARROÇAS e CAVALOS…



Para quem NÃO TEM ASAS, há que reconhecer que este grupo de arquitetos, apoiado por este Executivo Municipal, tem muita coragem!



Melhor que uma imagem com calhaus, são ainda mais imagens com CALHAUS












É estranho perceber que quando se tem que decidir entre a pedra e as pessoas, se escolha a pedra!?



Algumas pessoas conseguem seguir em frente com pedras no sapato porque já não tem sensibilidade nos pés, Cristiane Santana



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September 12, 2014

Um abraço duplo

Geralmente os adolescentes com SÍNDROME DE DOWN são sempre vistos como crianças. Contudo, devem ser estimulados a desenvolver as suas capacidades, inicialmente através do seu percurso escolar e posteriormente na sua inserção no mercado de trabalho. Esta estratégia permite que adquiriram novas responsabilidades, condizentes com sua idade.


Precisam de estar conscientes das suas limitações mas também das suas múltiplas capacidades e potencialidades.


Vale a pena investir 2 minutos e 46 segundos e conhecer ESTE LOCAL.

Temos um abraço reservado para si.



Com a colaboração de João Reis, um dos Carregadores de Piano



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September 7, 2014

Será acessível?


Porque existem espaços para TODOS, o Places4All tem como objetivo reconhecer e distinguir os espaços ou eventos que garantem o maior grau de autonomia ao maior número de pessoas possível, através de um Sistema de Avaliação, Classificação e Informação sobre condições de acessibilidade em espaços físicos.


Para isso serão constituídas equipas de consultores com pessoas com algum tipo de desafios de acessibilidade (mobilidade, visual, auditiva, cognitiva ou de comunicação) que farão a avaliação ao espaço, sendo feita uma classificação e atribuição de um dístico de reconhecimento contendo a classificação do espaço.”

Saiba mais na página na Internet ou no facebook



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September 2, 2014

Pisos que falam


Esta é uma viagem extraordinária que certamente vai querer acompanhar até ao fim. Um exemplo de que o (H)omem pode facilitar à vida aos seus semelhantes caso tenha uma visão inclusiva.







Uma inspiração para ´nós’, os Portugueses!




Muitos de nós, por cá, ficamos Sem Palavras com a ‘renovação contínua’ dos Maus Exemplos. A nossa arquitetura estagnou e os alguns dos nossos arquitetos mais conhecidos continuam a privilegiar o uso da pedra. É típico… dizem!? 





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