November 7, 2016

“Como vai ser o meu dia?”


Há normalmente uma questão que todos nós, inconscientemente, colocamos todos os dias: “Como vai ser hoje o meu dia?”

Provavelmente, uma grande maioria dá por garantida a vida que tem.

Contudo, ouvimos falar de tragédias diárias ou somos confrontados com algum acontecimento inesperado que aconteceu a alguém que nos é próximo. Mas não nos toca. A vida é de facto como é, sabemos que amanhã poderá ser diferente, mas hoje não.

Nos últimos 20 anos mais de 200 mil portugueses foram surpreendidos no seu dia-a-dia. No seu hoje em que tudo estava previsto, bem encaixado e encadeado, surge um inesperado acidente. Um atropelamento, um acidente rodoviário, uma queda, enfim, algo que nos provoca, por exemplo, um traumatismo craniano grave. Um traumatismo pode provocar perda de memória, descontrolo emocional, paralisias, epilepsia, dificuldade de concentração, alterações de linguagem, da visão ou de outros órgãos dos sentidos, varia de caso para caso. Os casos mais graves associam-se a estado de coma com internamento prolongado, cirurgias e um processo de reabilitação lento e complexo.

Este é o início da história das muitas pessoas que a Novamente acompanha.


 (…) ao fim de 3 a 5 anos, que pesam como 30, perdemos os amigos que nos primeiros dias prometeram nunca nos deixar (…) algumas famílias só quer saber de nós em momentos chave (…) no hospital experimentamos vitórias, retrocessos, alegrias, frustrações incríveis (…) encontramos profissionais que nos tiram a esperança, mas também nos cruzamos com profissionais cujas palavras sábias nos confortam e que nunca mais iremos esquecer (…)

A vida, depois do hospital, passa a ser a vida de quem quer reabilitar-se.



Para além de ter criado um serviço de apoio contínuo, apoio emocional, encaminhamento para soluções, etc., a Novamente também desenvolveu processos para formar cuidadores com competências específicas para acompanhar aqueles que sofrem traumatismos cranianos graves. São atividades que nunca imaginaram vir a desempenhar, muito menos quando os doentes são pessoas em idade madura que inesperadamente deixaram de ser independentes e passaram a ser deficientes, sem emprego, divorciados, com comportamentos inter-relacionais difíceis, etc.. Aqueles que estavam casados muitas vezes não aguentam o casamento.

Em vários pontos do país a Novamente desenvolveu soluções que proporcionam aos sinistrados a possibilidade de desenvolverem a sua autonomia através de atividades ocupacionais, terapêuticas e socioculturais, de modo a melhorarem a sua integração na comunidade e no seio familiar. Aqui reaprendem a conhecer-se, a aceitar-se e a usar técnicas para melhor se relacionarem com o mundo que os rodeia.




“Voltamos a pensar que o dia está previsto, mas nunca mais esqueceremos que há coisas que não acontecem só aos outros” sublinhou Vera Bonvalot, Diretora Executiva da NOVAMENTE


Fonte: Com base numa entrevista ao Jornal Público





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