March 27, 2018

Impacto da ASSISTÊNCIA PESSOAL


A Assistência Pessoal é um serviço especializado através do qual é disponibilizado apoio à pessoa com deficiência para a realização de atividades que, em razão das limitações decorrentes da sua interação com as condições do meio, não possa realizar por si própria.

No âmbito de um doutoramento em Psicologia Social sobre o impacto de fatores sociais e psicossociais na vida das pessoas com deficiência, Carla Branco, estudante no CIS-IUL, ISCTE-IUL, LiSP, está a desenvolver um estudo com o objetivo de perceber o impacto da assistência pessoal no bem-estar das pessoas com deficiência. O estudo permitirá acompanhar uma amostra de pessoas com deficiência em 3 períodos separados por 1 ano, podendo assim ajudar a comprovar os efeitos positivos da assistência pessoal na vida destas pessoas.


Caso tenha interesse em colaborar,
aceda AQUI ao questionário que demora em média 20 minutos a ser preenchido.



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March 23, 2018

VIVER




(...) 'curar-me' foi aprender a VIVER com o que me aconteceu (…)



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March 16, 2018

Disabled Go


“Developed by disabled people 
for disabled people”

Aqui pode encontrar informações detalhadas sobre a acessibilidade de milhares de locais em todo o Reino Unido e na República da Irlanda: lojas, restaurantes, cinemas, teatros, estações ferroviárias, hotéis, universidades, hospitais e muito mais.

Um projeto que foi desenvolvido há já 14 anos e que tem como primeiro objetivo dar a conhecer às pessoas com mobilidade reduzida, quais os locais mais acessíveis sempre que necessitem de viajar e conhecer novos locais. Um bom exemplo de como é possível classificar os lugares em função da sua acessibilidade a pessoas com algum tipo de deficiência.




A ACESSIBILIDADE pode ser definida como a capacidade do meio de proporcionar as condições mínimas necessárias às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, para a utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços públicos ou privados.


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March 6, 2018

27 ANOS



27 ANOS EM CADEIRA DE RODAS.

COMEMORO?

Fez 27 anos no último dia 20 de fevereiro que sofri o acidente que mudou a minha vida por completo (escrevi esta crónica no dia 17). Datas não é comigo. Também esta só me lembrei dela por acaso. Para mim sempre foi um dia como outro qualquer. Desta vez, a data surgiu-me na memória e tem-se mantido. Acho que é desta vez que me lembrarei do meu acidente no dia 20, e se fosse caso para comemorar, desta vez não aconteceria por falta de lembrança.

Sinceramente não me faz grande diferença lembrar-me ou não da data. Assim como não me faz confusão relatar o meu acidente, ou passar no local onde ele aconteceu. É perto da minha casa e passo por lá muitas vezes e não me perturba absolutamente nada.

Algo que também não aconteceu comigo foi o passar pelas fases que a maioria dos meus colegas relatam passar após trauma. Fases da negação, revolta, luto, aceitação. Comigo a grande preocupação foi tornar-me dependente fisicamente, e tentar encontrar uma maneira de continuar a ser independente financeiramente, e uma grande angústia por fazer sofrer a minha mãe.

A ilusão de vir a voltar a andar também nunca a alimentei. Fui sempre muito prático e objetivo. Viver o momento. Não sofrer por antecedência. O que tiver de ser será. Nada de dramas. Ainda funciono assim nos dias de hoje.

Procurar culpados também não foi comigo. Nunca me questionei ou preocupei em saber as causas do acidente. Foi um acidente de carro e ponto final. Ia a conduzir um Renault 5 GTL, pelas 15h do dia 20, na localidade de Alvega, a poucos quilómetros do local onde trabalhava, Restaurante Nova Nora, em Ribeira do Fernando. Conduzia sem cinto de segurança (na altura não era obrigatório o seu uso dentro das localidades), repentinamente o veículo foge-me para a faixa contrária, embate contra um muro, dá várias cambalhotas e sou cuspido por uma das portas que entretanto abriram, e sou projetado para um terreno agrícola com valas com alguma profundidade. Caí de costas, pescoço bateu numa das lombas da vala, e não mais me consegui mexer.

De imediato surgiram moradores da localidade, chamaram o INEM que até hoje não sei se demorou muito ou pouco a socorrer-me. Fui levado para o hospital mais próximo, que era o de Abrantes, nele colocaram-me tração cervical com 13 kg, e fui de seguida transferido para o Hospital de São José em Lisboa, com o diagnóstico de lesão cervical C4, C5 e C6, traumática completa.

Por lá, e por outros mais hospitais e clínicas, fiquei quase um ano internado. Em dezembro de 1991 vi a casa de uma irmã pela primeira vez. Ver a família reunida soube bem, mas sinceramente o desconforto era tanto, que estava desejoso para voltar ao centro de reabilitação onde me sentia seguro, e rodeado de outras pessoas como eu.

O olhar da minha mãe era o que mais me fazia sofrer. Vê-la sofrer por mim era e sempre foi muito doloroso. Custava-me muito mais que a minha situação. Era muito religiosa (6 anos após meu acidente faleceu) e sempre se orgulhou de eu ter nascido numa 5ª feira santa. Dizia-me com frequência: “Filho, nasceste num dia tão bonito e tens sofrido tanto”. O seu olhar era amor puro. Só ela o sabia dar daquela maneira. Sabia tão bem…

O acidente é esquecido com frequência, mas há algo que nunca esqueceria, se através do meu acidente tivesse magoado alguém. Felizmente viajava sozinho. Só de pensar nessa possibilidade chego a gelar. Nunca me perdoaria.

Quanto a mim, o acidente é mais um acidente de percurso, faz parte do estar vivo. A deficiência nunca foi o meu problema, mas sim o que me rodeia. Os obstáculos que sempre encontrei no meu dia-a-dia por ser um cidadão com deficiência. Isso sim, é um grande problema para mim”.



Testemunho de Eduardo Jorge, ativista pela Vida Independente, agora licenciado em Serviço Social, foi vítima de um acidente de viação em 1991 que o deixou tetraplégico.




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