December 26, 2022

CAPACITISMO

O CAPACITISMO é considerado uma forma de preconceito, comumente vindo de pessoas sem deficiência, que julgam antecipadamente a capacidade e competências das pessoas com deficiência, em comparação com um referencial definido como perfeito.

 
Muitas pessoas referem-se às pessoas com deficiência com um certo “heroísmo”, ou em outras palavras, uma supervalorização da realização de tarefas básicas  


Existem 3 tipos de CAPACITISMO:

  • CAPACITISMO MÉDICO: muitas pessoas se referem equivocadamente a pessoas com deficiência como se fossem ou estivessem doentes;
  • CAPACITISMO RECREATIVO: este termo é o mais comum entre a sociedade. Refere-se àquelas brincadeiras de mau gosto envolvendo deficiências;
  • CAPACITISMO INSTITUCIONAL: acontece quando as organizações contratam apenas uma cota de pessoas com deficiência e não as trata com equidade em relação aos colaboradores sem deficiência. 


CAPACITISMO acontece muitas vezes de maneira silenciosa na nossa sociedade, por se tratar de um preconceito. Termos pejorativos e rótulos continuam sendo utilizados, mas de uma maneira “impercetível”. Muitas pessoas, até mesmo pela falta de conhecimento, acabam tendo comportamentos e reproduzindo frases CAPACITISTAS, como por exemplo:


  • Essa pessoa é um exemplo de superação.”
  • “Vê por ondes andas, está cego?”
  • “Deixa de ser retardado”
  • “Queria ter a força que você tem. Você é uma inspiração!”
  • “Mesmo sendo surdo, você é tão inteligente.”
  • “Eu pensei que você fosse normal”
  • ““Nem parece que você é uma pessoa com deficiência”
  • “Você não tem cara de autista”
  • “Você não tem cara de surdo/surda”
  • “Dar uma de João sem braço”
  • “Não temos braços para fazer tudo isso”
  • “Parecia mesmo que você era normal”
  • “Estou cego de raiva”
  • “Apesar de ser deficiente, você faz muita coisa sozinho!” 


“Ai coitada, é tão linda!”


CréditosCatarina | Uma Espécie Rara


  

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December 14, 2022

O Mundo é lá fora!

 DESAFIOS DE UMA PESSOA COM #DEFICIÊNCIA

CONSIDERA LILIANA SINTRA


A vida transforma-se numa luta e num desgaste permanente, uma corrida de #obstáculos, porque tudo é difícil, complicado, cheio de entropias: se vais a um #concerto, não vês nada, no cinema obrigam-te sempre a ficar na primeira fila, não podes decidir ir ao restaurante que acabou de ser inaugurado porque ninguém fiscalizou as #acessibilidades e te é vedado o acesso, os elevadores do metro estão permanentemente avariados, as rampas dos #autocarros idem, os motoristas da #uber recusam a viagem quando avistam a tua cadeira de rodas e tens que avisar com seis horas de antecedência se quiseres entrar no #comboio. Até para a eventualidade de ir à casa de banho eu tenho que planear antecipadamente. Estou cansada de pensar em planos z para conseguir sair de casa e acabo por ficar sempre cá dentro.


As pessoas dizem, permanentemente: quase nunca vemos ninguém com deficiência nas ruas, a ocupar o #espaçopúblico, não há crianças com #mobilidade condicionada nos parques, nas zonas de brincadeiras infantis, não há casais com deficiência a fazerem desporto no espaço público.

E, surpresa: não é uma escolha das pessoas com deficiência! As crianças com deficiência estão desejosas de brincar como todas as outras, os adultos de socializar como todos os outros, os grupos de amigos com deficiência de viverem o espaço público como todos os outros. Mas esta realidade obriga-te, empurra-te para o #isolamento porque, no fim, o meio esgota todas as tuas energias.

Reabilitem o espaço, o #meio, não as pessoas!

 O Mundo é lá fora!


Créditos: Liliana Sintra

 

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