March 21, 2015

61,5% versus 38,5%


a) Calçada, tradicional, à semelhança do que já existe

b) Outro tipo de pavimento contínuo, mais moderno e seguro








A Calçada portuguesa vai desaparecer da zona antiga de Campolide. 

Moradores do bairro lisboeta foram a votos e 61,5% preferem um piso contínuo, liso e mais seguro, contra 38,5% que preferem manter o empedrado.


A calçada surgiu no século XIX e é maioritariamente usada no calçamento de quase todas as cidades muito embora já estejamos no século XXI. É um piso geralmente desnivelado, que se baseia em pedras de formato irregular, geralmente de calcário e por vezes pontiagudas, intervaladas com buracos de maior ou menor dimensão.



Um piso desadequado se pensarmos nos cidadãos com mobilidade reduzida, conjuntural ou permanente, nos pais com carrinhos de bebés, nas pessoas mais idosas, no comum do cidadão, que simplesmente tentar transportar o seu troley, nos mais novos que gostam de andar de patins ou mesmo nas mulheres portuguesas que arrisquem o uso de sapatos de salto alto... Por isso é cada vez mais frequente vermos muitos peões a caminhar à beira dos passeios ou seja, na estrada, colocando a sua vida e a dos automobilistas em risco.


As pessoas foram chamadas a "decidir algo que diz respeito ao seu quotidiano, à sua vida diária” e os nossos concidadãos de Campolide esqueceram o Sec.IX e votaram numa solução compatível com o Sec.XXI. Perceberam que a calçada, ainda que tradicional e de grande valor patrimonial, já não se adequa às exigências atuais.

Ao PÚBLICO, o presidente André Couto explica que quer que a decisão agora tomada tenha “rapidamente” um reflexo prático no terreno, adiantando que as primeiras obras de substituição da calçada por outro piso deverão ter início “até ao final do ano”. A Rua de Campolide e a Rua General Taborda são duas das artérias apontadas como prioritárias pelo autarca.

É estranho constatar que quando se tem que decidir entre a pedra e as pessoas, ainda existem muitas pessoas a preferir a pedra. O Fórum Cidadania Lisboa parece querer continuar a caminhar sob as Pedras. Paradoxal.



“Não podemos resolver problemas com o mesmo tipo de pensamento que usávamos quando os criávamos.” Albert Einstein.





Fonte: Publico




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