“Muitas cidades, entre as quais Lisboa, não
foram pensadas para acolher pessoas idosas ou pessoas com falta de mobilidade
permanente ou temporária, faltando pavimentos razoáveis, proteção em relação
aos automóveis, passadeiras e zonas com limite de velocidade”, defende o
arquiteto António Batista Coelho.
A
culpa é de todos mas há uns, que pelas suas atividades profissionais, têm tido
e continuam a ter responsabilidades acrescidas. A cidade deve ser um espaço
para todos e não devemos segmentar os problemas como se estes só dissessem
respeito às Pessoas com Mobilidade Reduzida, aos mais Idosos ou a qualquer
outro grupo da população. A cidade deve ser um espaço INCLUSIVO.
O
discurso arquitetónico não consegue alinhar-se com as necessidades sociais e
éticas da cidade contemporânea. Com a relação tensa entre a teoria e a prática,
a irrelevância social no design é onipresente. Os arquitetos que praticam a
profissão veem frequentemente a teoria como esotérica e não-transferível,
enquanto muitos teóricos não manifestam as suas ideias na realidade através da
construção.
Como disse Albert Einstein: “Se
os factos não encaixam na teoria, mudem-se os factos”. Para se entender
melhor este pensamento de Einstein, quando enquadrado na temática da acessibilidade,
seria verdadeiramente interessante que o ‘Arquiteto’ calçasse os sapatos dos cidadãos ou se sentasse numa cadeira de rodas e tentasse ver por si mesmo se os factos se encaixavam na prática
arquitetónica dominante.
Os
mais IDOSOS e em geral os cidadãos com Mobilidade Reduzida são aqueles que têm de
facto mais dificuldades para se deslocarem e, nesse sentido, necessitam de condições
mais confortáveis do que aqueles que têm a possibilidade de recorrer em
plenitude às suas faculdades motoras.
Há legislação aprovada para garantir este
direito básico.
Há responsabilidades a apurar.
Segundo
as Nações Unidas, a mobilidade das pessoas para as cidades está a fazer-se a um
ritmo recorde, «sendo expectável que seis em cada dez pessoas no mundo resida
em áreas urbanas em 2030» e o número está a aumentar mais rapidamente nos meios
urbanos dos países em desenvolvimento.
Temos
um bom clima para estar na rua e os mais idosos e muitos deficientes deveriam
estar na rua sempre que podem. Temos de criar o máximo de condições para que todas
as pessoas possam usufruir do ‘passear pela cidade’. Se isso for feito, o
espaço público na área urbana será usado de uma forma mais estimulante e
encarado como um prolongamento da casa.
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Fonte: Com
base numa notícia do Diário Digital
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