Vivemos momentos excecionais e muito provavelmente inesperados
para a maioria dos portugueses.
Este isolamento ‘forçado’, devido à emergência sanitária
causada pelo COVID-19, vai certamente despertar novas realidades e deixar
evidentes muitas das nossas fragilidades, mas também muito do que somos capazes
de fazer enquanto comunidade.
Paradoxalmente,
talvez seja um bom momento para refletirmos como o isolamento – físico e social
– nos pode afetar de forma tão negativa. Infelizmente, para a grande
maioria das pessoas com deficiência, este isolamento temporário confunde-se com
o seu isolamento permanente. Um fenómeno que deve ser avaliado com determinação
para o podermos minimizar tanto quanto possível A falta de ACESSIBILIDADES e de
EQUIPAMENTOS ADEQUADOS à vida de todos aqueles que são portadores de
deficiência, bem como a dificuldade em implementar soluções que possibilitem e promovam
a VIDA INDEPENDENTE, são os principais fatores para que o isolamento permanente
exista e persista.
Eduardo Jorge, tetraplégico desde 1991, em tom de desabafo, afirma que “Pelo que presencia, uma grande maioria está no limite e não suportaria esta situação por muito tempo. Portam-se como se estivessem num túmulo. Como se fosse uma tragédia. A tragédia maior não parece ser o vírus, mas sim o facto de se encontrarem confinadas a um espaço”
Muitas
pessoas com deficiência vivem em isolamento social há vários anos e
dificilmente vão ‘à rua’ pelo simples facto de não existirem acessibilidades. A
via pública é um campo de obstáculos e começa logo pelo mais elementar, os
passeios e percursos pedonais, quase todos em pedra. As lojas, os restaurantes, as
zonas de lazer, os transportes e os serviços públicos, entre outros, continuam
maioritariamente sem cumprir as normas e as leis relativas à acessibilidade. Uma
vergonha nacional que, com o tempo, nos vai acaba por afetar a todos.
Em
tempos extraordinários temos que nos empenhar também de forma extraordinária.
Pode ser que este momento insólito coloque na agenda a causa da acessibilidade e, desse modo, se possam criar as condições necessárias para
DESCONFINAR a grande maioria da população portadora de deficiência.
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