“As pessoas que têm
mobilidade condicionada têm mais oportunidades de participar na sociedade. Isso
faz com que a sociedade esteja mais habituada a vê-las e vá alterando as suas
atitudes”, refere Ema Loja.
Ema, trabalha no Centro de Estudos sobre Deficiência da
Universidade de Leeds, considera que o problema não está nas pessoas com
incapacidade ou mobilidade reduzida, mas na sociedade que cria contextos
repletos de barreiras.
Doutorada pela Faculdade de Psicologia e Ciências de
Educação da Universidade do Porto, Ema não gosta de falar na sua experiência
pessoal, mas admite ter sido o ponto de partida para desenvolver a sua carreira
de investigação.
Para se perceber melhor as Barreiras Físicas e Mentais,
basta viajar. As diferenças percebem-se mal se sai de um avião. Por exemplo, faz
toda a diferença viver em Portugal ou em Inglaterra. “É muito mais fácil a pessoa movimentar-se na via pública, usar
transportes públicos e/ou entrar em edifícios”.
As barreiras arquitetónicas estão generalizadas em Portugal. Só com
recursos pessoais e/ou familiares é que se consegue ultrapassá-las. Já foi
pior. Sabemos que já foi pior. O país mudou muito desde o 25 de Abril de 1974 e
mais ainda desde a adesão à então chamada Comunidade Económica Europeia, em
1986. Já era tempo de estarmos muito melhor.
A investidora, que estuda a deficiência numa ótica
sociopolítica, pegou no conceito de “ableísmo”, um neologismo derivado do
inglês —“able”, traduzível por hábil — referente à discriminação contra pessoas
com um corpo diferente e questiona: “Que
corpo é exemplar da espécie humana?”. Neste prisma, o problema “está na sociedade que é intolerante com pessoas
que têm um corpo diferente e que cria uma série de barreiras de contextos
incapacitantes”.
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Fonte: Publico
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