É
estranho ver que quando se tem que decidir entre a pedra e as pessoas,
se
escolha a pedra.
“A
calçada com relevância artística deverá ser preservada e mantida em bom estado
de conservação (o que raramente acontece), para minorar os riscos de queda,
introduzindo-se "passadeiras" noutro material que não escorregue e
não provoque vibrações a quem circula em cadeira de rodas, aliás como já se fez
por cá, por exemplo, no castelo de Marvão e em Óbidos. Nestes locais é fácil
verificar em que piso as pessoas preferem caminhar, é vê-las em carreirinho em
cima das ditas "passadeiras", que convivem de forma harmoniosa com a
calçada artística. As vibrações que referi, para quem tem uma lesão medular,
desencadeiam o processo de espasticidade (contração muscular), associado a dor
e impossibilidade de controlar os membros afetados, empurrando-os para o chão e
provocando-lhes ainda maiores lesões. Em Lisboa, basta parar um pouco na
Avenida do Brasil, por exemplo, e verificar que toda a gente caminha pela
ciclovia e não é, garantidamente, pela cor da mesma, mas sim por ser mais
segura e confortável, sendo que a maioria destas pessoas nem tem mobilidade
reduzida.”
Texto de Eduardo Carrêlo
Arte
a preservar e que deve conviver pacificamente
com uma alternativa que não seja
agressiva
Pesadelo sem qualquer valor artístico e vulgarizado na maioria das
cidades
e que deve ser substituído por um piso seguro
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