A
Professora pela primeira vez ia receber uma criança cega e outra com paralisia
cerebral. Foi atraída pela algazarra de um grupinho de meninos e meninas que brincavam
à Cabra-Cega!
Uma das crianças tinha uma venda nos olhos e girava a cabeça para um lado e outro, seguindo os gritos dos companheiros. Tentava desordenadamente encontrar os seus colegas...
Atenta
à naturalidade do comportamento infantil, face às trapalhadas da “cabra-cega”, percebeu
que é muito mais fácil e efetivo incluir socialmente pessoas que, por exemplo,
sejam cegas, surdas, com muletas, com síndrome de Down, com paralisia cerebral
ou que usem cadeira de rodas, na primeira infância. Isso porque, nessa fase da
vida, ainda não se formaram os preconceitos e não houve tempo suficiente para que a
discriminação se desenvolva.
A
professora ponderou: “Beethoven era surdo, Einstein tinha síndrome de Asperger,
Stevie Wonder é cego, e o físico Stephen Hawking possui esclerose lateral
amiotrófica, etc. Estes quatro eram, ou são, pessoas com deficiências e também verdadeiros
génios.
Mas
e as pessoas comuns, que não se distinguem por nenhuma genialidade?
Como ficam?
Como ficam?
Enquanto
as crianças têm muita facilidade para aceitar o diferente, isso não acontece,
mesmo hoje, com os adultos, seja na sociedade em geral, seja entre os educadores,
visto que a maioria das pessoas tem uma herança cultural carregada de
preconceitos.
Consciente
de que se incluía nesse grupo, a Professora pôs-se a anotar ideias de jogos e
brincadeiras que simulassem essas condições e pudessem assim promover a
interação de todas as crianças. Deu conta de que a situação que julgara inicialmente
como um desafio difícil e exigente também poderia ser um fator de
enriquecimento da atividade pedagógica e desse modo conseguir, com mais
facilidade e naturalidade, integrar os seus novos alunos portadores de deficiência.
Um
caminho a seguir.
Feliz
Dia da Criança
“As pessoas com deficiência são parte integrante desse
nosso mundo tão diverso. Assim, tanto faz uma criança ser branca, negra,
japonesa, brasileira, gorda, magra, com deficiência ou não. Todas são iguais
perante as leis do coração, da razão e, muito especialmente, perante as leis do
direito à educação.”