June 1, 2014

Perspicácia, maturidade, inteligência, criatividade e vistas largas





A Professora pela primeira vez ia receber uma criança cega e outra com paralisia cerebral. Foi atraída pela algazarra de um grupinho de meninos e meninas que brincavam à Cabra-Cega!




Uma das crianças tinha uma venda nos olhos e girava a cabeça para um lado e outro, seguindo os gritos dos companheiros. Tentava desordenadamente encontrar os seus colegas...

Atenta à naturalidade do comportamento infantil, face às trapalhadas da “cabra-cega”, percebeu que é muito mais fácil e efetivo incluir socialmente pessoas que, por exemplo, sejam cegas, surdas, com muletas, com síndrome de Down, com paralisia cerebral ou que usem cadeira de rodas, na primeira infância. Isso porque, nessa fase da vida, ainda não se formaram os preconceitos e não houve tempo suficiente para que a discriminação se desenvolva.

A professora ponderou: “Beethoven era surdo, Einstein tinha síndrome de Asperger, Stevie Wonder é cego, e o físico Stephen Hawking possui esclerose lateral amiotrófica, etc. Estes quatro eram, ou são, pessoas com deficiências e também verdadeiros génios.

Mas e as pessoas comuns, que não se distinguem por nenhuma genialidade? 
Como ficam?

Enquanto as crianças têm muita facilidade para aceitar o diferente, isso não acontece, mesmo hoje, com os adultos, seja na sociedade em geral, seja entre os educadores, visto que a maioria das pessoas tem uma herança cultural carregada de preconceitos.

Consciente de que se incluía nesse grupo, a Professora pôs-se a anotar ideias de jogos e brincadeiras que simulassem essas condições e pudessem assim promover a interação de todas as crianças. Deu conta de que a situação que julgara inicialmente como um desafio difícil e exigente também poderia ser um fator de enriquecimento da atividade pedagógica e desse modo conseguir, com mais facilidade e naturalidade, integrar os seus novos alunos portadores de deficiência.

Um caminho a seguir.


Feliz Dia da Criança



“As pessoas com deficiência são parte integrante desse nosso mundo tão diverso. Assim, tanto faz uma criança ser branca, negra, japonesa, brasileira, gorda, magra, com deficiência ou não. Todas são iguais perante as leis do coração, da razão e, muito especialmente, perante as leis do direito à educação.”






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