Entre
muitos outros compromissos, a Fundação EDP, e cito, “…tem como objetivo atenuar
situações sociais reconhecidamente relevantes, em particular intervenções que
promovem a inclusão social…”
Muitos
de nós têm tentado perceber porque é que os acessos ao maat – Museu de Arte, Arquitetura
e Tecnologia – dificultam, e em muitos casos excluem mesmo, as pessoas com
mobilidade reduzida!
Já com
o recente inaugurado Museu dos Coches acontece o mesmo. Será que os ‘nossos’ arquitetos
continuam a ignorar as dificuldades de locomoção de quase um milhão de portugueses?
Parece que o discurso arquitetónico não consegue alinhar-se com as necessidades
sociais e éticas da cidade contemporânea. Com a relação tensa entre a teoria e
a prática, a irrelevância social no design é onipresente. O problema é que a
sociedade está a envelhecer e as soluções arquitetónicas deviam ser cada vez
mais inclusivas e universais. É uma vergonha o que se passa com o edificado
recente, particularmente em Lisboa, que tem um Plano de Acessibilidade Pedonal
aprovado e que devia ser respeitado. Mais uma vez NÃO HÁ fiscalização. Para uma
EDP que se diz Solidária, nem devia ser preciso ser fiscalizada para garantir
soluções sociais inclusivas.
“De
erro em erro, vamos desperdiçando oportunidades de abrir a cidade a todos (…) no
pavimento do espaço envolvente do maat, optaram pelos pedregulhos em detrimento
de cerca de 1 milhão de pessoas. Sim, as pessoas com deficiência, mais uma vez,
ficaram de fora (…) na lateral do passeio, existe uma pequena faixa de
pavimento com perfil plano, e é ver os turistas com malas trolley a disputar
com quem se desloca em cadeira de rodas, aqueles 30cm de paraíso calcante”,
refere Carlos Nogueira, um cidadão com mobilidade reduzida, que muito tem feito
para denunciar este tipo de situações incompreensíveis.
É estranho perceber que quando se tem que decidir entre a pedra e as pessoas, se escolha a pedra!? |
“A
arquitetura só pode ser capacitante se os arquitetos desenvolverem empatia”,
afirmou Raymond Lifchez
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