January 29, 2016

Tablet TÁCTIL


Uma empresa austríaca desenvolveu o primeiro TABLET EM BRAILLE. A inovação usa a tecnologia que cria relevo táctil que revolucionará a utilização destes dispositivos pelas pessoas com deficiência visual.





Os deficientes visuais poderão, com maior facilidade, usar os recursos das plataformas móveis. O ecrã do tablet é feito com um líquido especial que sintetiza o conteúdo do texto para braille, ou seja, a partir de pequenas bolhas na tela, os invisuais conseguem ler com os dedos e navegar na Net, ler livros, interpretar gráficos e até mapas.


Mas como é que um ecrã táctil pode apresentar 
os pontos em relevo da linguagem braille?

Criar um ecrã completo com pequenas agulhas mecânicas idênticas às dos módulos braille tradicionais de uma linha, seria algo financeiramente insustentável. Os investigadores afirmam ter resolvido o problema com um sistema de microfluidos capaz de encher pequenas bolhas de forma a gerar relevos no ecrã, possibilitando a criação de um ecrã tátil completo a um custo reduzido.


Os sistemas de acessibilidade em iPhones e Androids muito têm evoluído e permitido que utilizadores invisuais tirem maior partido das suas capacidades.



Saiba mais em http://blitab.com/



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January 27, 2016

Lapso, desleixo ou indiferença




Certamente foi uma DISTRAÇÃO.


O Professor Marcelo Rebelo de Sousa, atual Presidente da República eleito, apesar de ser um excelente e reconhecido professor catedrático há mais de 20 anos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Conselheiro de Estado e Politico, no dia seguinte à sua eleição, evidenciou uma fraca compreensão sobre o valor da cidadania e do civismo.

O Professor estacionou o seu carro, tranquilamente, e sem qualquer incómodo, num lugar destinado a cidadãos com Mobilidade Reduzida. Tudo para ir tomar o seu café e comer o seu pastel de nata no local habitual, segundo relatou a peça televisiva. Grave para qualquer cidadão. Inqualificável para um futuro Presidente da República.



Tenho que acreditar que foi por distração.




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January 24, 2016

Pagar para VOTAR…


A hora de ir votar pode ser um tormento para quem se desloca numa cadeira de rodas. Em Portugal, as secções de voto são instaladas em edifícios públicos, como escolas e juntas de freguesia. Por lei, os edifícios públicos devem estar preparados, mas neste país a maioria não está.

As autoridades fazem crer que estão interessadas em solucionar o problema quando se está a aproximar o acto eleitoral, mas depois entram num processo de esquecimento até ao acto eleitoral seguinte. Uma irresponsabilidade que tem que se denunciada para que os que têm responsabilidades públicas por estas situações sejam identificados. Votar é um direito consagrado na constituição.

Hoje, mais uma vez, só consegui exercer o meu direito de voto com a ajuda de outros cidadãos que no momento exerciam esse direito. A falta de condições de acessibilidade de muitas assembleias de voto é um obstáculo, por vezes inultrapassável, para os cidadãos com deficiência ou com mobilidade condicionada.

Depois de duas queixas formais, apresentadas nos dois últimos atos eleitorais, a situação não foi alterada. A presidência da Junta de Freguesia da Parede, concelho de Cascais, informou-me que, e cito, “se quisesse votar teria que chamar os Bombeiros Voluntários da Parede e pagar o serviço por eles prestado”.

 Local de voto: Escola primária do Bairro Octaviano, na Parede


Mais uma… para a CNE






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January 17, 2016

2016 Access City Award


Milão ganha prémio de cidade mais acessível para deficientes.

Entregue pela Comissão Europeia, o título foi disputado também por Wiesbaden, na Alemanha, Toulouse, na França, Vaasa, na Finlândia e Kaposvár, na Hungria.





O Presidente da Câmara de Milão, Giuliano Pisapia, está orgulhoso pelo facto da sua "cidade ter sido escolhida como um exemplo de empenho numa área tão importante como a da deficiência física (…) para uma administração pública, é fundamental dar uma resposta concreta para fazer de Milão um local cada vez mais acessível a todos (…) este reconhecimento internacional demonstra que estamos no caminho certo", enfatizou Pisapia.


Milão, catedral Duomo, com pisos acessíveis


Lisboa, Alameda dos Oceanos, cultura da PEDRA



Portugal está muito longe deste tipo de reconhecimento. A gestão das nossas cidades não tem tido em conta a dificuldade que as pessoas com Mobilidade Reduzida têm quando pretendem usar o espaço público. Há quem diga que as nossas cidades são antigas e que as soluções implementadas à data não consideravam a mobilidade como um fator relevante mas, o facto é que as recentes inovações do parque urbano têm agravado ainda mais as dificuldades da maioria das pessoas com dificuldades de mobilidade. São exemplo disso, só para falar de Lisboa, o Parque das Nações – Parque das Pedras – a Ribeira das Naus – Ribeira dos Calhaus – ou mesmo a nova Alta de Lisboa. Há no entanto que ressalvar a vontade que o novo Presidente da Autarquia, Fernando Medina, tem revelado para fazer com que Lisboa se torne uma cidade mais acessível, vontade essa que se tem materializado por diversas intervenções em favor da causa da acessibilidade pedonal. Anda Lisboa! é o projeto de Acessibilidade Pedonal da Cidade






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January 12, 2016

Ideias inteligentes


A necessidade de encontrar formas mais eficientes e inteligentes de viver nas cidades é um tema cada vez mais na ordem do dia. As cidades inteligentes tornam mais eficiente o uso do espaço e dos recursos que possuem.





A IBM propõe algumas soluções simples, muito criativas, que visam facilitar a vida de todos aqueles diariamente se deslocam nas cidades. Há aqui uma clara oportunidade para ‘ajudar as cidades’ e, paralelamente, fazer com que a ‘vida urbana’ seja mais confortável. Ainda que o enfoque não seja a acessibilidade, este tipo de soluções contribui para que o espaço urbano se torne mas acessível.







Transformar anúncios em BANCOS, RAMPAS e ABRIGOS é uma ideia inteligente que atende às necessidades comuns de todos os seus cidadãos.






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January 10, 2016

smartwatch

A tecnologia é cada vez ‘amiga’ das pessoas com algum tipo de deficiência. De facto, as novas tecnologias da informação e da comunicação são, sem dúvida, um caminho viável para oferecer soluções de entretenimento, cultura, educação e mobilidade a estas pessoas. Minimizam as dificuldades e acabam por ter um valor custo versus benefício muito competitivo.

 
Dot é o relógio inteligente para invisuais

Atualmente, apenas 1% dos livros escritos são traduzidos para Braille. Este facto deixa mais de 285 milhões de pessoas sem grandes opções de leitura e as existentes tendem a ser muito caras.

As soluções tecnológicas para invisuais passam muito pelos sistemas de áudio, mas para alguém que não vê, ou que tem a sua capacidade de visão muito limitada, estas soluções não são ideais para utilizar em público, não que incomode as outras pessoas, mas sim, porque o invisual perde um pouco da sua privacidade.

Eric Kim Yoon Ju, Sul-Coreano, o criador do Dot, percebeu as dificuldades que o um seu amigo invisual tinha e começou a imaginar um dispositivo que pudesse facilitar a vida a estas pessoas.

O Dot tem um mostrador com buracos perfurados e ímanes no interior, que se tornam visíveis conforme o conteúdo das mensagens. Quando o utilizador é contactado, os ímanes sobem e ao passar o dedo o utilizador lê a mensagem em braille. Consultar o e-mail, ler um texto ou uma mensagem poderá vir a ser bem mais simples.







Com a colaboração de Rita Valadas




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January 5, 2016

Em Direto com…


Rosa Lemos trabalha numa organização não-governamental em Amarante. Estudou Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e este seu testemunho sintetiza em poucas palavras o sentimento de muitas pessoas com deficiência.









A adaptação ao uso de uma cadeira de rodas é difícil?

Algumas pessoas têm dificuldade em adaptar-se à cadeira de rodas, independentemente do tempo de uso. Creio que a resistência está muito mais relacionada com o que o objeto representa do que com a necessidade de uso. Levei algum tempo a lidar bem com as minhas rodinhas mas já fizemos as pazes e não me importo de dividir o espaço com ela nas diversas fotos que gosto de tirar ou aos lugares que pretendo visitar. Compreendi e aceitei a sua função na minha vida. Por isso, vejo-a como uma amiga, uma fiel companheira, que sempre foi.

Quais são as principais razões que inviabilizam uma adaptação mais rápida?

A resposta está no dia-a-dia. Tudo converge para uma visão negativa do mundo da deficiência. As cidades não têm acessibilidades, as pessoas são preconceituosas, o mercado de trabalho reduz as competências do profissional em função das suas limitações físicas, a família protege demasiado, os amigos desaparecem porque ficou mais “complicado” sair com alguém com dificuldades de mobilidade… quase sempre os lugares que se frequentam não têm acessibilidades.

São muitas as dificuldades?

Dificuldades todos nós temos, é claro! O importante é perceber que não importa como nos deslocamos, falamos, vemos ou ouvimos. O que nos define são as nossas ações. É a maneira como lidamos com as pessoas e, principalmente, com quem somos. Ao aceitar isto olhamos para a cadeira de rodas como uma aliada, algo fundamental para “ir e vir” para onde desejamos.


Com a colaboração de Rosa Lemos





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