November 26, 2013

O Caminho das Pedras pode estar a chegar ao fim…


As vezes é assim: para dar certo é preciso Persistência! 

Substituir o piso de uma boa parte dos passeios da capital é uma promessa eleitoral que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, promete agora cumprir. 
A mudança que aí vem, porém, não será radical, assegura fonte do gabinete de António Costa. Para os moradores mais preocupados, o executivo da Câmara Municipal esclarece que nas zonas turísticas tudo fica como está.
 
 
A substituição da calçada por outros pavimentos "mais cómodos e acessíveis" servirá para facilitar a deslocação dos mais idosos e da população com Mobilidade Reduzida. 

A calçada portuguesa foi utilizada pela primeira vez em Lisboa no ano de 1842, tendo sido colocada por presidiários a mando do governador de armas do Castelo de São Jorge, Eusébio Pinheiro Furtado. Foi à 171 anos… A nossa mobilidade não pode ficar refém de uma decisão tomada no SecXIX. 

Os atuais Passeios em calçada excluem quase tudo e quase todos. Diariamente, enquanto condutores, todos nós vemos pessoas a caminhar à beira ‘dos nossos passeios’ ou, dito de outra forma, pela beira da estrada. É verdade, as pessoas escolhem, naturalmente, os caminhos que consideram mais adaptados à sua locomoção. Infelizmente, os passeios do SecXXI não têm essa característica fundamental. 

Formam padrões decorativos pelo contraste entre as pedras de distintas cores, normalmente, o branco, o preto, o marrom e o vermelho. Bonitos mas inúteis. Não sou nem tenho que ser contra este tipo de Decoração, apenas considero que devem coexistir alternativas ou então, fazê-lo apenas nas grandes praças e nunca nos passeios. 

A resistência cultural do fenómeno é intrigante. Como explicar que um sistema arcaico de pavimentação urbana, tecnicamente obsoleto, de manutenção cara e vários zeros à esquerda e à direita da vírgula em qualquer avaliação de qualidade de serviço continue a gozar de tanta reputação!? Dá ideia de estarmos perante mais um fenómeno tipo Virgem Maria: toda a gente sabe que tecnicamente a senhora não pode ser “virgem”, mas continuam a chamá-la assim.

 


 

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