August 11, 2013

Carregadores de ‘Piano’


Quando as acessibilidades escasseiam precisamos de ajuda. De uma forma ou de outra, com mais ou menos necessidades, todos nós dependemos uns dos outros para conseguirmos equilibrar as nossas vidas. Esse apoio nunca é demais nem deve ser banalizado. É muito importante e faz toda a diferença.

Há muitas categorias para classificar quem nos ajuda. Eu batizei aqueles me ajudam com o nome de Carregadores de Piano. Parece-me justo.
 
Carregar um Piano pelas escadas para depois o levar até ao camião estacionado no cimo da rua empedrada, não é uma tarefa fácil. Em muitos casos é um esforço herculiano que o Piano nem sente porque está bem protegido. Mas sente.
Agência de Carregadores.cardosof

Pedro Ló
Um dia, para conseguir chegar à festa de aniversário da Alcina, foi-me buscar a um parque de estacionamento underground, para me ajudar a percorrer uma distância considerável pelas ruas empedradas no centro de Lisboa. Uns 500 metros que me pareceram 10.000. Ida e volta porque ‘há mar e mar há ir e voltar’!!? Agora vai mudar de casa e uma das suas preocupações já sou eu… “…como é que vou fazer para que o Fernando venha à minha nova casa...” Extraordinário.


Fernando Almeida
Soube que durante a construção do Metro do Porto, foi ele que garantiu que as estações tivessem condições de acessibilidade adequadas, muitas vezes contrariando a opinião de outros responsáveis pela obra que argumentavam sobre o custo extra, excessivo, uma vez que seriam poucos os utentes com essa necessidade. Eu nem vivo no Porto, mas quem pensa em todos age assim. Sempre que o Fernando está por perto, tenho um Certificado de que chego lá, seja isso perto ou longe, cá em baixo ou lá em cima.



Luís Mota Rodrigues

Certo dia mudou de casa e preocupou-se com a minha acessibilidade. Incontornável é o problema da via pública que não depende dele. Recentemente chegou à conclusão que subsistiam problemas na sua nova casa e, imagine-se, saiu de casa e começaram as obras. Eu não fui o motivo principal mas fiz parte das preocupações. Esta atitude não tem preço.

João Reis

Neste blog já relatei a minha aventura em Évora, mas há mais. Muito mais. Uma vez, também em trabalho, tive que ir para Leiria. Fiquei na Figueira da Foz num hotel que à partida tinha condições de acessibilidade. Ingenuidade. O João ficou no mesmo hotel para o caso de surgirem surpresas. Pois é, o quarto reservado para pessoas com mobilidade reduzida era o único que tinha um degrau à entrada. Curioso! Mas o mais interessante é que a casa de banho não tinha suportes… o João, como Carregador especializado, foi ao hall de entrada do hotel e trouxe um cadeirão todo vistoso para colocar ao lado do sanitário e servir de suporte temporário. Problema resolvido. Serviu.



Luís Frasco
Para além do seu trabalho como Carregador em part time, agora também está a tratar da acessibilidade do seu condomínio para pessoas com mobilidade reduzida. Será uma mais-valia para todos os que lá vivem e acredito, que este seu trabalho em part time, o influenciou para levar a cabo a tarefa.

Ricardo Baião
Sem o Ricardo muitas vezes não jantava. É um Carregador recente e conheci-o numa Taverna...!? Sempre disponível. 


Vou escusar-me de relatar as histórias das Carregadoras Femininas. Sem elas também não chegava a lado nenhum…A Alcina, a Elisa, a Fátima, a Isabel, a Ni, a Vanessa, a MP… um dia (se elas permitiram) vou ‘postar as suas fotos. Com elas todo o cuidado é pouco… a foto pode não ser a eleita!




Para além dos que comigo trabalham na BP, há muitos mais Carregadores que me ajudam e que todos os dias garantem a minha acessibilidade aos locais mais diversos. É assim hoje e foi assim no passado. Os Carregadores mais chegados do passado continuam a fazer parte da minha equipa… os Monge, o Migalhas, o Reca, o MML e tantos outros. Sou um homem com sorte.




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